O Nobel segundo Donald Trump, e os maiores fabricantes de armas
- Redacção - Notícias de Arronches

- 12 de out.
- 2 min de leitura
O mundo nunca parou de fabricar armas — apenas mudou de justificativas.

Enquanto discursos sobre segurança e estabilidade global se multiplicam, os lucros da indústria bélica seguem em alta. Segundo o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), “os Estados Unidos continuam a liderar, com um volume de produção e exportação de armamentos que supera, de longe, qualquer outro país. Logo atrás aparecem Rússia, China, França e Alemanha — cinco potências que, paradoxalmente, também ocupam assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU, a instituição que deveria zelar pela paz mundial.”
Para se ter uma noção, em 2024, as vendas globais de armas ultrapassaram os 600 bilhões de dólares, impulsionadas por conflitos regionais, tensões geopolíticas e pela modernização constante dos arsenais. A guerra, ao que parece, ainda é um excelente negócio.
Nesse cenário, soa quase irónico o facto de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e líder de um dos maiores complexos industriais-militares do planeta — reivindicar para si o Prémio Nobel da Paz. Trump argumenta que, durante seu governo, evitou novas guerras e promoveu acordos diplomáticos, entre Israel e países árabes, Russia e Ucrânia. Há quem reconheça esses gestos como avanços tácticos; mas há também quem veja neles mais cálculo político do que genuíno compromisso com a paz.
Sob a sua administração, os EUA continuam sendo o maior exportador de armamentos do mundo, com contratos bilionários para aliados estratégicos. O mesmo governo que se apresenta como mediador da paz é também o principal fornecedor de meios para a guerra.
As potências que discursam sobre paz são, na prática, as que mais lucram com o medo e a instabilidade. A paz, nesse contexto, torna-se um produto de marketing: uma narrativa conveniente, enquanto as fábricas continuam laborando a pleno vapor, afirma o SIPRI.
Talvez o verdadeiro Prémio Nobel da Paz, na sua essência mais pura, devesse ser entregue não a líderes que “evitam” guerras enquanto as alimentam por outros meios, mas, como a Maria Corina Machado que tem lutado pela democracia no seu país que está debaixo da ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Redacção|Fonte: Stockholm International Peace Research Institute ‘SIPRI’





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