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Tribuna do Director
Fernando Marques

Dois minutos de visibilidade

Depositados os votos nas urnas, conferidos os votos da Europa e fora da Europa, em que no Brasil se votou Chega, conforme disse Lula da Silva “Portugal vai um dia ter mais brasileiros do que portugueses”. Parece-nos haver aqui uma enorme contradição entre os emigrantes portugueses no Brasil que votarem em Ventura, quando os brasileiros colocaram de novo no poder, depois de tantos escândalos, Lula da Silva. A não ser que os emigrantes neste país do outro lado do Atlântico, estejam a projectar vir para Portugal, no prometido dia por Ventura que “o Chega será governo”...

Mas passemos à frente com estas aparentes contradições.

As eleições ditaram que a AD, que de AD pouco tinha. O CDS de agora, mesmo com grupo parlamentar não é o CDS de então. Nesta AD ‘ressuscitada’, o PPM de hoje não é o de Gonçalo Ribeiro Telles, o chamado ‘ambientalista visionário’, que foi Secretario de Estado e Ministro, o qual em 1979 se aliou a Francisco Sá Carneiro na formação da Aliança Democrática.

Nestas eleições que ‘paralisaram’ o país durante a renuncia do cargo de Primeiro-ministro por António Costa, que aproveitou segundo o nosso entender, o timing exacto para colocar em marcha a sua ambição politica para além da nossa fronteira. Tem a mira apontada para a União Europeia, onde segundo os analistas ou politólogos, vaticinam que virá a ter a curto prazo um lugar de destaque - bastante tem trabalhado para alcançar esse desiderato.

Mas então porque damos título a este editorial de ‘Dois minutos de visibilidade’. Precisamente porque nesta ‘recauchutada AD’, estava incluído o PPM, cujo Presidente, Gonçalo da Câmara Pereira é incluído, liderando um Partido com actualmente pouca expressão eleitoral, só para complementar o ‘ramalhete’.

Sendo Gonçalo da Câmara Pereira um assumido arronchense, com o qual tenho uma boa relação pessoal, não podia ficar indiferente e expressar a minha opinião, não querendo ser ‘advogado do diabo’, sendo que, todos os que estiveram atentos a estas eleições, serão eventualmente da minha opinião…

É que foi triste. Diria mesmo quase que a roçar a ‘humilhação’ a AD, não dar palco ao seu aliado. Esteve sempre afastado de tudo o que foi campanha eleitoral.

Na noite das eleições, eventualmente Luís Montenegro teve um peso na consciência em se ter ‘esquecido’ deste seu aliado, pois sempre apareceu acompanha por Nuno Melo/CDS.

Na noite de levantar o braço e fazer com os dedos o sinal de vitória, o Homem que teve a honradez de dizer ao Chega, “Não, é não”, recordou-se do PPM e de Gonçalo da Câmara Pereira, juntou no palco para as televisões os seus parceiros de coligação: Nuno Melo e Gonçalo da Câmara Pereira, para numa breve aparição de alguns minutos, em especial quando, cavalheirescamente, Gonçalo da Câmara Pereira se desviou para dar lugar à esposa, daquele que é hoje o Primeiro-ministro de Portugal.

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Eduardo Costa
Jornalista e Presidente da ANIR


OS IMIGRANTES E OS EMIGRANTES 

Somos um país que olha os outros pela raça? Absolutamente não! Razões históricas e culturais deram-nos essa qualidade. Sempre recebemos, vivemos e deixamos viver e trabalhar em igualdade com todos nós. Porque fomos um país com colónias sul-americanas, africanas e asiáticas. Porque sempre fomos um país que deu ”mundos ao mundo” (Luís de Camões). Porque sempre fomos um país de emigrantes. Porque muitos destes emigrantes sofreram esse estigma nos países para onde foram trabalhar Sobretudo nos anos 60, para fugir à guerra e à degradação da vida de um país sem futuro. Sabendo-se que nos dias de hoje (lamentavelmente) têm sentido também na pele o facto de serem emigrantes. Como apurou recente estudo sobre os portugueses no Luxemburgo, onde são 15 por cento da população.
“[Os imigrantes] têm direito à sua existência e são pessoas como nós”. Afirmação de manifestantes no último fim-de-semana em Lisboa. Outra manifestação de um grupo anti-imigração sinalizava o presidente da câmara Carlos Moedas por “ser casado com uma marroquina”. Não se lembraram de incluir o nosso (ainda) primeiro-ministro António Costa que afirma orgulhar-se da sua origem indiana (seu pai). 
Os imigrantes representam já 7,5 por cento da população. E há em análise mais de cem mil pedidos. E prevê-se que o número continue a crescer. O resultado do relatório anual do Observatório das Migrações é revelador. Os imigrantes têm uma taxa de atividade mais alta do que os portugueses.

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