Entre as muitas medidas tomadas pelo regime salazarista, a licença para usar isqueiro foi uma delas, chegando mesmo a haver uma grande repressão sobre o seu uso sem a dita licença.
Conta-se que os estudantes, sempre muito predispostos mesmo correndo riscos, enfrentavam sempre que possível o regime. Ao que parece, havia uma falha na lei dessa proibição que dizia do uso do isqueiro “menos debaixo de telha”, aproveitando os estudantes de Coimbra para virem para a rua com uma telha sobre a cabeça e usando o proibido isqueiro sem licença.
A imagem é da última licença que o meu falecido sogro, ainda teve que obter para poder acender o seu cigarro, que nunca deixou e que tanto o prejudicou a nível da saúde.
“Em Portugal, durante o regime de Salazar, as pessoas precisavam de uma licença para o uso de isqueiros. Essa licença, um pequeno papel oficial emitido pelo governo, custava 10 escudos e deveria ser transportado pelo dono do isqueiro. Em caso de falta da licença, o portador do isqueiro era multado em 250 escudos. Se este fosse funcionário do governo ou militar, a multa poderia ser elevada para 500 Escudos.
O dinheiro recolhido das multas, tal como da venda de licenças, era repassado à Fosforeira Nacional. Sendo que, no caso das multas, 30% era destinado ao autuante. Essa percentagem poderia ser divida com o delator, caso esse existisse.
Essas directrizes foram instituídas pelo Decreto-lei 28219 de Novembro de 1937 e foram abolidas em Maio de 1970.” [1] Wikipédia
Redacção|Fernando Marques
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