ARRONCHES - 9.ª Noite das Sopas Das mesas humildes à riqueza gastronómica de Portugal
- Redacção - Notícias de Arronches

- 2 de nov.
- 3 min de leitura
A Associação Freestyle Iceshow Arronches voltou a promover um dos eventos gastronómicos mais apreciados do concelho: a 9.ª Noite das Sopas de Arronches, que se realizou na noite do dia 1 de Novembro a partir das 19h00, no espaço “O Celeiro”, em Arronches.

Esta iniciativa, já uma tradição na vila, convida toda a população a partilhar uma noite de convívio e boa disposição, onde será possível degustar diversas sopas confeccionadas pela própria associação, representando alguns dos sabores mais típicos da nossa gastronomia.
Para além de puderam degustar as sopas de cação, tomate, feijão, repolho e canja de galinha, houve animação musical a cargo de Marco Morgado, que garantiu um ambiente festivo e acolhedor, com entrada gratuita após as 22h.
Com este evento, a Associação Freestyle Iceshow Arronches volta a mostrar a sua capacidade de dinamizar o concelho, promovendo momentos de convívio, tradição e partilha entre todos os arronchenses sendo que, uma vez mais, reuniu 600 pessoas vindo inclusive de fora do concelho.
Tudo isto só é possível graças à participação e envolvência social em torno de um evento que agrega atletas e familiares. Para além de toda a logística necessária, disponibilizam-se para apresentar outras hipóteses de degustação, como doces e salgados.
Sobre as sopas
"Durante séculos, as sopas foram o sustento quotidiano das populações do interior de Portugal. Nascidas da necessidade e da escassez, elas representam uma das mais antigas formas de aproveitamento alimentar, em que nada se desperdiçava. Pão duro, legumes da horta, feijão, grão, couves e um fio de azeite bastavam para criar um prato quente e nutritivo, capaz de alimentar famílias inteiras nos dias frios ou após longas jornadas de trabalho agrícola.
As primeiras sopas portuguesas têm raízes profundas na vida rural. Eram confeccionadas com o que havia disponível: produtos da terra, água e criatividade. A “sopa de pedra”, associada à vila de Almeirim, é um exemplo emblemático dessa engenhosidade popular — uma receita nascida da pobreza que se tornou símbolo de partilha e hospitalidade. O mesmo se pode dizer da “açorda alentejana”, da “sopa de peixe” ribatejana ou da “caldo verde” minhoto, todas elas expressões regionais de uma cultura que fez da simplicidade uma arte.
Nas regiões mais desfavorecidas do interior, a sopa continua a desempenhar um papel essencial. Além de acessível, é uma forma equilibrada de garantir nutrição a baixo custo, combinando hidratos, fibras, vitaminas e minerais. Para muitos idosos e famílias com baixos rendimentos, o prato de sopa é ainda hoje uma refeição completa, um conforto diário e uma herança de sustentabilidade antes mesmo de o termo ser moda.
O que outrora foi símbolo de pobreza é hoje uma mais-valia para a gastronomia portuguesa. Restaurantes de norte a sul reinventam as sopas tradicionais, preservando a essência dos ingredientes locais, mas apresentando-as com novas texturas e combinações. Chefs de renome voltam-se para as receitas ancestrais em busca de autenticidade, elevando a sopa a um lugar de destaque nas ementas contemporâneas.
Mais do que um alimento, a sopa é um elemento identitário. Reúne gerações à mesa, liga o passado ao presente e revela a sabedoria de quem aprendeu a transformar a escassez em riqueza. Num tempo em que se fala de sustentabilidade e de economia circular, as sopas portuguesas lembram-nos que o futuro pode - e deve - começar por valorizar o que temos de mais simples e genuíno."
Redacção|Fonte: Alimentação tradicional






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