CORRIDA DAS FESTAS DE SÃO JOÃO
São Marcos levou os prémios do concurso... e Marcos Bastinhas animou as bancadas
No cartaz os cavaleiros: Marcos Bastinhas, Duarte Pinto e Miguel Moura.
Forcados Amadores de Arronches e Académicos de Elvas.
Touros: J .L. Sommer D’Andrade, São Marcos, António Lampreia, Francisco Romão Tenório, Falé Filipe e Ascensão Vaz, desiguais de apresentação e comportamento.
Noite de autêntico verão e as bancadas repletas de público para assistir à tradicional corrida concurso de ganadarias integrada nas Festas de São João.
Uma primeira parte em que os cavaleiros estiveram por cima dos touros, e a segunda com os exemplares a trazerem mais emoção ao espectáculo.
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No conjunto das actuações o destaque foi para Marcos Bastinhas pela ligação, variedade nas sortes e a conectar mais com o público, se bem que, por vezes, faltou às sortes mais temple, com o de Sommer D’Andrade.
Com o segundo de Romão Tenório e o seu encaste Murube, permitiu melhores momentos ao cavaleiro de Elvas que depois de uma lide com grande variedade e momentos empolgantes que o público aplaudiu, rematou com um emotivo par de bandarilhas a duas mãos em terrenos de dentro.
O touro de Ascensão Vaz saiu paradíssimo, e não permitiu o luzimento a Duarte Pinto que esteve esforçado, mas não conseguiu esboçar o seu toureio por falta de colaboração do seu oponente.
Com o segundo que luzia o ferro de António Lampreia, algo parado no início. Despertou depois de colocado o primeiro ferro comprido e permitiu a Duarte, momentos de toureio mais próximos daquilo que é a sua concepção do toureio a cavalo, bebido de seu pai Emídio Pinto, figura do toureio muitas épocas.
Miguel Moura teve actuação de menos a mais com o touro de Falé Filipe. Abusou inicialmente nas batidas demasiado pronunciadas tirando o touro da sorte. Emendou a mão, ajustou-se mais ao touro que cumpriu. O de Monforte acabou por elevar o nível da sua actuação e agigantou-se num comprometido ferro em terrenos de dentro.
Com o de São Marcos, o touro que acabaria por arrecadar o prémio de bravura e apresentação (em nossa opinião bem atribuído pelo júri composto pelos ganadeiros), tivemos um Miguel Moura à sua verdadeira dimensão, com esse toureio ‘mourista’, que seu pai João levou aos quatro cantos do mundo. Ligação, vantagem, galopes a duas pistas e o ajuste necessário no remate dos ferros.
Para as pegas a merecerem também um prémio, estavam os Amadores de Arronches em fase de alguma remodelação de valores, para substituírem forcados que deixaram marca no grupo. Bateu as palmas ao primeiro, Luís Sarrato que acabou por consumar à terceira tentativa ao de Sommer D’Andrade.
Gonçalo Ludovico fechou-se ao segundo intento perante o touro que tinha o ferro de Falé Filipe, fechando João Cunha à primeira tentativa ao de António Lampreia.
Pelo processo que passam os forcados de Arronches, também os Académicos de Elvas, estão em fase de remodelação com a entrada de novos valores para o grupo. É um ciclo que todos os grupos atravessam, retiram-se os fundadores pelos muitos anos que deram aos grupos e há que incorporar novos elementos.
João Pedro Restolho fechou-se ao primeiro intento, frente ao touro de Ascensão Vaz, difícil de sair da crença; o de Francisco Romão Tenório, empurrou com força o grupo até à parede, que levava na cara o forcado Paulo Barradas numa excelente pega à primeira tentativa. Para finalizar o grupo de Elvas conseguiu mais uma pega à primeira através de Gonçalo Machado, com o touro bravo de São Marcos.
Merecido prémio para a ganadaria de São Marcos (Parladé) do meu amigo Engº Lobo de Vasconcelos, pela sua afición, Homem de bom trato e que dignifica com o seu solar em São Marcos do Campo, o prestígio das ganadarias alentejanas.
Para o ano esperamos que tudo seja melhor com a construção dos novos curros na centenária praça de Arronches, propriedade do senhor Francisco Romão Tenório, que coloca nas mãos do Município a sua conservação e melhoramentos, evitando a demora na recolha dos touros para que não se prolongue o tempo das corridas.
Fernando N.Marques|Fotos© Noticias de Arronches