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Comunicado do Banco de Portugal

“A economia portuguesa cresce 2,7% em 2023, 2,4% em 2024 e 2,3% em 2025, um desempenho robusto, dando continuidade à convergência com a área do euro, com as exportações a crescerem mais do que a procura externa. A inflação reduz-se de 5,2% este ano, para 3,3% em 2024 e 2,1% em 2025, próximo do objectivo do Banco Central Europeu, reflectindo a redução das pressões inflacionistas externas e a maior resistividade da política monetária.


No mercado de trabalho, projecta-se um crescimento do emprego de 0,6%, em média anual, até 2025. A taxa de desemprego deverá situar-se em torno de 6,8%”. Lê-se no comunicado que “a capacidade de financiamento da economia em 2023-25 deverá retomar valores positivos, 3,7% do PIB, superiores aos observados antes da crise”.

Para o BP “a economia portuguesa é, hoje, uma economia diferente, em resultado de alterações estruturantes. O aumento das qualificações da população, a estabilidade financeira – reflectida na redução do custo de financiamento e no aumento da poupança das empresas e famílias – e a alteração do tecido empresarial resultam numa economia capaz de acompanhar a procura internacional e de gerar riqueza e procura interna sustentáveis. O mercado de trabalho mantém-se sólido, em resultado do desempenho económico, mas também para ele contribuindo. A absorção de fundos europeus pelo sector privado, ainda limitada, permitirá sustentar o investimento produtivo e mitigar o impacto da subida das taxas de juro”.

O Banco de Portugal diz identificar “riscos equilibrados para a actividade. Por um lado, o agravamento das tensões geopolíticas e financeiras globais pode abrandar o crescimento, mas, se o dinamismo do consumo e das exportações de serviços continuar a surpreender em alta, a actividade pode crescer acima do projectado. A inflação pode ser afectada por novos choques sobre os preços das matérias-primas internacionais e uma maior persistência pode resultar da materialização de efeitos indirectos e de segunda ordem sobre os salários e as margens de lucro, ou de políticas pro-cíclicas que sustentem a procura”.

Pela primeira vez, o Boletim Económico inclui projecções orçamentais. O saldo orçamental deve situar-se próximo do equilíbrio até 2025, assumindo as medidas de política orçamental já adoptadas e anunciadas. O saldo primário deve rondar 2,5% no horizonte de projecção, ainda abaixo dos 3,1% registados antes da crise pandémica.

Espera-se uma diminuição do rácio da dívida pública de 20 pontos percentuais, para 92,5%, beneficiando dos excedentes primários e do crescimento nominal da economia. Um excedente primário idêntico ao de 2019 permitiria sustentar a trajectória de redução do rácio da dívida para além do horizonte de projecção”, conclui o comunicado do BP.


(Fonte B.P.|Foto-D.R. Sol)

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